Metodologia
Minha criação final será abordada de forma subjetiva, a partir da minha visão, de como cada assunto é percebido por mim. Baseia-se no que ouvi, li e vivenciei, ou seja, o que ouvi dos meus colegas e professor, o que li nos livros, relacionados diretamente ou não com a psicologia e nas pesquisas que fiz e o que vivenciei, experiências adquiridas ao longo do semestre e dos meus 18 anos.
Acredito que as coisas não são eternas: tudo tem um começo, meio e fim. Desta forma será a minha criação.
Tendo base nos textos de Kanitz “Volta às Aulas” e “Fazer o que se gosta”, nas Leis da Dialética, nos conceitos de Gestalt e Behaviorismo, Psicanálise, Psicodrama, Cultura Organizacional, Dinâmica de Grupo e do que observei nos filmes que assisti, assim será elaborada a minha obra.
Utilizarei o que aprendi em minha vida acadêmica, para redigir um texto coeso e coerente, atentando para a gramática, escrevendo corretamente e de forma legível, aproveitando-me da minha Criatividade e Espontaneidade, de Insights que surgirem durante o processo de criação e da tempestade mental, extraindo o que me for proveitoso.
Aprendi que Ambição são desejos, sonhos, metas e objetivos que temos. Com esse trabalho, eu tenho várias metas para alcançar tendo em vista um objetivo maior. Minha primeira meta é concluir esse projeto. Devo concluí-la porque quero ser aprovada na disciplina, que é necessária para concluir o curso, que acarretará na minha realização profissional. Enfim, são meus desejos e sonhos, o meu futuro que está em jogo e para alcançá-los seguirei a minha ética, não ofendendo ninguém nem plagiando trabalhos dos meus colegas escritores.
Cada pessoa tem uma maneira diferente de pensar. Um mesmo assunto tem diversas interpretações. Meu objetivo é passar conhecimentos, inteirar as pessoas que desconhecem certos conceitos de psicologia, abrir possibilidades para novas ideias e até da uma outra forma de perceber os conteúdos trabalhados e a psicologia empiricamente.
Essa criação será feita com base na minha vida. Do meu nascimento aos meus 18 anos de idade a psicologia se faz presente e é, então, nisso que focarei. O leitor estará “por dentro” até do que, acredito, nunca expus. Pensamentos que nunca falei em voz alta. O título revela como será feita essa criação. Vou expor os assuntos de psicologia correlacionado com minha vida, com outras disciplinas e com os próprios assuntos trabalhados nesse semestre. Não precisarei esforçar-me muito para demonstrar como se relacionam, pois isso se dá naturalmente. Grandes revelações serão feitas.
Senta que lá vem a história!
Introdução
Em toda a nossa vida nos é ensinado que devemos sempre fazer o que gostamos. Estudar ou exercer uma profissão que mais nos agrada. Mas isso é apenas em teoria. Começando pelos estudos, não estudamos sempre o que gostamos e quando queremos. Eu gosto de matemática, mas tive que estudar geografia, história, ciências naturais e todos aqueles aspectos chatos da gramática. Acontece também quando escolho um curso específico. Escolhi Ciências Contábeis, porém vou ter disciplinas de Direito que não me agradam.
Todavia, analisando as circunstâncias em que me encontro, me pergunto como seria essa Criação Final se eu não soubesse escrever corretamente, com todas as concordâncias, conjunções, preposições, orações, frases, tudo como manda a nossa rica gramática. E o que seria dos contadores se estudassem apenas os números, sem que antes não entendessem o próprio psíquico? Que desordem seria!
Portanto, para que essa criação não se torne chata para quem lê e para mim, que escrevo, precisarei utilizar as minhas habilidades para fazer um trabalho bem feito e por fim, contemplar, com prazer, a minha obra.
A psicologia está contida em minha vida antes mesmo de eu nascer. Minha mãe precisava ter um bom controle emocional, pois as emoções afetam o bebê mesmo quando dentro da barriga. As reações originais na criança recém nascida são o medo, a cólera e o amor. Estes sentimentos estariam baseados no ambiente em que eu estava inserida. Meus pais precisavam estar em harmonia para que fosse transmitido a mim amor e que eu viesse a senti-lo. Também se eu vivesse em ambiente turbulento e agitado isso seria passado a mim quando bebê e talvez eu me tornasse neurótica. Não aconteceu comigo, mas muitas crianças crescem em meio a brigas, sofrem com os pais que descontam nos filhos seus problemas. São essas crianças que se tornam adultos com o psicológico doente. E isto acontece porque os traumas ficam guardados no inconsciente; não é de todo eliminado e ressurge, manifestando-se de diversas formas que serão exemplificadas mais a frente.
Voltando a minha vida, o que eu era antes de nascer? “Uma sementinha dentro da barriga da mamãe.” Essa era a música que meu pai cantava pra mim quando era criança. Era uma forma metafórica de me explicar como fui formada. Adequava-se à minha limitada capacidade de compreensão e de interpretação que eu tinha naquela idade. A metáfora também é utilizada por psicólogos para analisar e descobrir qual a origem da doença de seus pacientes e depois tentar solucioná-la.
Falando na minha relação com meu pai, eu sempre fui muito ligada a ele, muito mais próxima dele do que de minha mãe. Acredito que a explicação sobre essa relação se encontre no complexo de Édipo. Não que eu tinha pensamentos obscuros com meu pai, mas era ele que me defendia quando minha mãe brigava comigo e me protegia quando ela queria me bater. Eu posso perceber uma relação mais afetiva entre meu irmão e minha mãe também. Ele é mais ligado a ela e sempre tem várias discussões com meu pai. A relação de companheirismo se dá de forma igualmente inversa. Minha mãe sempre protege mais a meu irmão assim como meu pai sempre me defende. Como o meu relacionamento com meus pais sempre foi tranquilo, e nada traumatizante não me tornei neurótica e penso que não me tornarei uma adulta com o complexo de Édipo.
Infelizmente não são todos que conseguem superar essa fase. Lembro de ter tido colegas com uma paixonite pelo professor ou professora, demonstrando assim o processo de transferência. Eles transferem, idealizam seus pais nos professores ou em outras pessoas próximas que parecem ter características dos mesmos. Uns conseguem superar mais essa fase, outros levam isso para a vida adulta precisando de tratamento psicanalista.
À medida que vou crescendo, também vou desenvolvendo a minha percepção. Inicialmente, ainda bebê, a forma como eu vejo os objetos, as pessoas, como percebo imagens e sons, é distorcida. Enquanto eu não tenho ideia de onde estou tudo é muito confuso. Pessoas vistas por mim parecem ser grandes demais, fazem caretas e é tão cômico. Palavras são ditas e eu não entendo nada. Há um chocalho que mechem pra mim. Seu som me atrai tanto... Aprendo a repetir palavras: mamãe, papai.
Continuo crescendo e o modo como percebo as coisas se alteram. Difere da percepção de outras pessoas. É incrível como hoje, tendo já consciência das coisas, tenho formas de ver, ouvir, sentir, observar e interpretar diferentes das outras pessoas. Diversas situações já me demonstraram isso.
Em sala de aula quando precisamos fazer síntese de algum texto mesmo quando repetimos a ideia central sempre há algo diferente a se dizer. Quando vejo meus colegas expor suas ideias eu sempre me pergunto: nossa como eu não notei isso?
O que ouvimos também se altera de acordo com nossa percepção. Acontece cotidianamente. Ouvimos algo e interpretamos conforme a nossa situação emocional. Às vezes entendemos de forma totalmente diferente de como foi dito.
Através do olfato a percepção difere de pessoa para outra e de diversas maneiras para o próprio indivíduo. Quando estava com meu namorado sentimos um aroma. Tentamos decifrar do que era. Eu senti cheiro de cerveja, depois de massa de pão e ele sentiu cheiro de coco ralado e de massa de pão. Concordamos em um aroma, mas sentimos odores diferentes também.
Sempre tive vocação pra encenar, mais precisamente tendência ao drama. Quando meus pais brigavam comigo eu chorava desesperadamente, batia com minha cabeça na parede, arrancava meus cabelos e os mostrava para eles verem o mal que tinham me feito. Ainda criança, quando eu não tinha toda a atenção, eu fazia birra, biquinho, chorava, ficava num canto; acontecia principalmente com minha prima que sempre foi muito próxima a mim, que eu tinha como exemplo, quase uma irmã pra mim. Essas reações era um espelho do que eu tava sentido e este foi o meio que encontrei para chamar a atenção, uma maneira de solucionar aquele sentimento ou emoção que estava sentindo. Eu sei que depois dessa revelação não pareço normal. Mas eu sou! Ou pelo menos me enquadro entre os neuróticos e não no grupo dos psicóticos.
Deixando de lado as minhas maluquices de criança, eu sempre fui muito criativa. Usava as paredes branquinhas do apartamento onde eu morava como papel e fazia lindos desenhos nela. Sei que quando mais nova era muito espontânea e isso contribuía para toda essa criatividade.
A espontaneidade me possibilita interpretar os diversos papeis que surgem no decorrer da vida. Como minha vida é um drama, os papéis que interpreto vêm de forma quase que imperceptível, como o papel de filha, de aluna, de irmã, de amiga, de namorada e, futuramente o papel de esposa, de mãe, de dona de casa e de funcionária. É verdade que para exercer bem todos esses papéis eu preciso ser muito criativa.
Para encantar meus pais com todo o meu talento eu preciso ter criatividade. Não é certo de que tudo se relaciona? Então, o meu rendimento escolar não seria muito bom se eu copiasse o que já está pronto. E eu não seria eu mesma se não tivesse um modo de vestir, de pensar, de agir próprios. Não seria eu e sim outra pessoa se tomasse como minha uma ideia de outro. Seria um robô se repetisse ou seguisse tudo o que me é imposto sem ao menos analisar os fatos. René Descartes assim dizia: penso, logo existo. E se somos seres pensantes não a explicação, motivos para sermos improdutivos.
As conservas culturais atuam sobre a nossa vida. São hábitos passados de uma geração, baseados, muitas vezes no senso comum. É importante, pois preserva os valores de uma cultura. Quando estas são mantidas e repetidas sem a devida consciência e crítica, corremos o risco de nos tornar seres robotizados, programados e sem criatividade, reproduzindo comportamentos iguais dos nossos pais e avós. Assim permanecemos num circulo, cristalizados numa ideia. Contradiz o fato de estarmos sempre mudando, evoluindo, progredindo. Podemos utilizar o que já está pronto, mas sempre os transformando a partir dos nossos próprios pensamentos.
Esse assunto me remete a algo mais amplo e generalizado. A grande dificuldade dos estudantes hoje é não ter uma base crítica. Sempre fazendo cópias e deixando a mente em repouso, não criam estímulos para a criatividade, nem abrem espaço para novas ideias. Em sala de aula ficam apenas escutando os professores e não debatem, não discutem os assuntos. Tornam a mente infértil. Não lêem, não pesquisam, são mortos intelectualmente. É sobre isso que Kanitz aborda em um de seus textos. É fato que a culpa não é toda dos jovens. Nas escolas os alunos aprendem a apenas ouvir o professor, a atenção está nele. A preferência é que o aluno faça o maior silêncio possível. E é esse o resultado que temos; jovens e crianças com sua criatividade condicionada, futuros adultos com o pensamento crítico limitado.
Eu também sofro desse mal. Tenho uma dificuldade imensa em expor minha ideias, seja através da escrita ou as expressando oralmente. Até que conheci as técnicas de Brainstorming que significa tempestade de ideias. É uma atividade que serve para testar e explorar a capacidade criativa de indivíduos. A partir dessas técnicas passei a ter um desenvolvimento maior. Exemplo disso é essa criação. Eu não sabia nem por onde começar. Tentei fazê-lo sem estas técnicas, mas não obtive sucesso. E agora as ideias fluíram e sinto-me capaz de escrever um livro. Quer dizer, não chega tanto não é mesmo?
O insight é o caminho para ideia, uma percepção imediata. Eu constantemente tenho insights. Quando menos espero tenho uma luz e pronuncio aquele “AHA” habitual. Acontece sempre, quando analiso uma imagem, quando ouço algo semelhante ou simplesmente “cai a ficha”. Coisas obvias e que passaram despercebidas passam a ter sentido. Os insights, assim como o brainstorming, muito me ajudaram em explorar minha capacidade de criação.
Retomando a minha vida como foco, informo ao leitor que, quem sou, é responsabilidade dos meus pais. A minha essência está neles. Devo a eles a ética que tenho formada. Os princípios que sigo e não abro mão.
Se não tivesse uma ética bem delimitada não chegaria à concretização das minhas ambições. Já falei anteriormente que tenho o objetivo de concluir esse trabalho. Porém diversos sonhos povoam a minha mente. E cada desejo é regido pela ética. Tenho o sonho de me casar; e também sou totalmente contra a traição. Não há argumentos que me convença de que essa atitude tem desculpa ou motivo. E sei que manter-me nesse pensamento contribuirá para a realização desse desejo, que é casar. Tenho também a meta de concluir meu curso de graduação. Mas sou contra “pescar” para responder a uma prova mesmo que eu corra o risco de perder numa disciplina. Sei que, seguindo essa ideia, me tornarei uma profissional competente e eficiente.
A minha base familiar é evangélica. Tenho o conceito do bem e do mal e como regente da minha vida está Deus. Contudo a minha vida não está baseada nos extremos de que só há o bom e o mau. Não posso me limitar a essa teoria maniqueísta, pois ficaria estagnada no tempo, com uma mente fechada. O indivíduo é modelado pelo ambiente e fenômenos físicos que o cerca. Estes interferem em seu psicológico e seu desenvolvimento social.
Correlacionando, então, a vida com a dialética, temos um conceito óbvio. Nada permanece o que é, tudo está em constante movimento.
Visualmente, há os aspectos físicos. Crescemos, envelhecemos, o rosto muda, o corpo transforma-se; estes são acontecimentos inevitáveis, que acontecem naturalmente. Além das mudanças no corte e cor do cabelo, no guarda-roupa, ajuste do corpo conforme o nosso gosto, transformação dos dentes, inovações que fazemos para nos sentirmos melhor.
E como não falar da adolescência? A fase da transição. Não se é criança nem adulto. Estamos crescendo progressivamente até que damos um salto. Entre pequenas transformações acontecem mudanças notáveis. Há um aumento considerável de tamanho, a voz dos meninos engrossa, as meninas têm o corpo alterado. É uma fase difícil. Mas é nesse momento que deixamos a criança de lado. Muda-se fisicamente e mentalmente. As emoções são intensas, pensa que se sabe tudo. O pensamento muda, as atitudes também. Continuamos crescendo, amadurecemos. O que era importante já não interessa mais. As mudanças acontecem nos ideais seguidos, na forma de pensar, acompanhadas da maturidade adquirida. Aos 18 anos, eu olho para trás e vejo que tive várias ações sem noção, ideias absurdas, atitudes que certamente não teria hoje. Mas tudo é um aprendizado não é mesmo? Somos transformados por nossas experiências cotidianas e com as experiências dos que estão à nossa volta. Charles Darwin disse que não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças. E um mundo que está em constante movimento, exige que as pessoas sejam capazes de acompanhar as rápidas mudanças. Fica para trás quem se estagna no tempo.
Eu aprendi muito durante a minha adolescência e mudei bastante desde então. Quando adolescente, eu me decepcionei muito com uma pessoa. Um menino que eu gostava. Idealizei algo que não existia. Criei uma imagem que contemplasse o meu desejo. Quando ele me magoou todos esses sonhos de adolescência desmoronaram. Para não me sentir “por baixo”, e ter minha auto-estima diminuída eu precisei criar mecanismos de defesa. Tentei reprimir essa parte da minha vida, esquecê-la, mas não consegui. Então utilizei a negação. Sempre que comentavam sobre ele e eu juntos, eu negava. Falava mal dele, e dos quantos defeitos ele tinha. Tentei parecer superior, provoquei ciúmes, ignorei-o, de forma que eu não estava muito consciente do porque fazia isso. E então eu aprendi que os mecanismos de defesa são processos subconscientes que permitem à mente encontrar uma solução para conflitos não resolvidos ao nível da consciência, ou seja, são demonstrações conscientes espelhadas no inconsciente.
Não podia deixar de citar os atos falhos que surgiram na minha vida. Deixando claro que o ato falho é um erro na fala, na leitura, na audição, numa ação física, na distração de palavras... São circunstancias acidentais podendo ser interpretado como uma manifestação reprimida. E quantos atos falhos já não cometi... Já chamei pessoas por outro nome, não por esquecer o nome delas, mas por pensar em outra pessoa; já li algo que não estava escrito por está com a atenção focada em outro assunto; já ouvi o que não foi dito pelo simples fato de querer ouvir-lo. Enfim, o ato falho acontece corriqueiramente e passa muitas vezes despercebido. São atos causados pelo inconsciente.
Por falar no inconsciente, preciso expressar minha opinião sobre ele. O inconsciente é algo extraordinário. Agora entendo porque Freud e outras tantas mentes brilhantes se dedicaram a estudá-lo. Já citei diversas situações que são direcionadas pelo inconsciente, mas a ideia de relembrar ao ver, sentir, ou ouvir algo que aconteceu a tanto tempo, realmente me fascina.
Eu acredito que dos meus cinco sentidos o olfato seja o mais defeituoso. Mas é incrível a minha capacidade de lembrar de momentos e pessoas ao sentir um cheiro. Fatos, que há muito foram esquecidos, mas que por está guardada no inconsciente, vêm à tona quando reativadas. Isso acontece muito comigo. Sinto um prazer ou repugnância ao lembrar dos momentos passados. Tem um perfume muito específico que, onde eu sinto, lembro da pessoa que o usava. Não porque essa pessoa seja uma das mais importantes da minha vida, mas foi o seu perfume que a marcou. Da mesma forma, acontecem com outros cheiros, outros perfumes que me remete a sensações sentidas outrora. É como se revivesse aquele momento.
Porém essas sensações nem sempre são tão boas. Quando ouço algo relacionado com coisas que me magoou muito sinto uma angustia imensa e tudo o que vivi de traumatizante reaparece, invade minha mente. Mas, se nem Freud conseguiu decifrar totalmente o inconsciente, porque eu entenderia? Resta-me admira-lo.
Em se tratando das minhas emoções, eu sempre fui muito controlada. Não me permito fazer várias coisas que eu gostaria de fazer. Estou sempre reprimindo meus impulsos e desejos. Estudando a teoria freudiana, descobri que o superego é o que mais atua sobre mim. Eu sempre me censuro a não fazer certas coisas que a sociedade e minha cultura impõem. Mas é verdade que nem sempre consigo controlar meus impulsos. Há momentos que são tão fortes que perco as “rédeas” da situação. É aí que o ego entra em ação, buscando meios para satisfazer meus instintos. Quando fico muito nervosa o meu pé começa a balançar descontroladamente. Quanto mais nervosa ou tensa eu fico, a intensidade aumenta. A mim, esses movimentos são, às vezes, imperceptíveis, mas quem está a minha volta com certeza percebe.
Quando esse nervosismo está relacionado á raiva, eu começo a tremer. É incontrolável. Nesse momento eu preciso gritar, expor tudo o que está me incomodando antes que as lagrimas comecem a rolar e o meu corpo fique parecendo que tomou uma descarga elétrica do tanto que tremo. Isso deixa bem claro que o id está precisando por pra fora os meus instintos e impulsos inconscientes e o ego procura satisfazer o que o id precisa sem contrariar o superego.
Os sonhos também é uma representação simbólica, disfarçada de nossos desejos recalcados. Os sonhos podem ser o caminho para encontrar as causas da neurose. A partir da descrição dos sonhos do paciente, o psicanalista relaciona o conteúdo do que é lembrado com os desejos e medos, que fazem parte do inconsciente e que estão se manifestando em forma de sonho. Eu, várias vezes sonhei com situações que aconteceram a muito tempo, de uma forma diferente do vivido e que, inicialmente, fiquei sem entender o porque. Depois eu compreendi que era uma vontade minha e como não se realizara, então, se concretizou no sonho.
Da mesma maneira acontece com meus medos. Antes de saber se eu tinha passado em algum vestibular, havia um medo enorme de ficar em casa sem fazer nada, sendo sustentada pelos meus pais. E isso se converteu em um pesadelo. Sonhei que eles já não me aceitavam mais como filha e que eles começaram a me tratar de forma diferente. Conscientemente, eu sabia que isso era absurdo, não tinha cabimento. Mas, por dias esse sonho me perturbou, me angustiou. O meu inconsciente perdeu a racionalidade por causa do medo. Felizmente dois meses depois eu recebi a notícia de que eu tinha uma vaga me esperando Universidade Estadual da Bahia e esse medo se esvaiu.
Meses se passaram após a noticia de ser aprovada no vestibular. Em setembro, quando as aulas começaram, tudo passou a se relacionar. Uma palavra da qual não tinha conhecimento, surgiu em todas as disciplinas do curso e fora do curso também. O empirismo, que se baseia na experiência, traduz a nossa situação de estudante. Estamos lá para aprender, a partir dos conhecimentos e experiências dos professores e também dos colegas. Empirismo é a sabedoria adquirida por percepções, sendo esta o foco da teoria gestaltista estudada em psicologia. Como é possível perceber, tudo, em algum momento, se interliga; ideias que se encontra em um ponto comum. Foi isso que aconteceu neste semestre.
Um dos assuntos trabalhados em psicologia e que me deixou empolgadíssima, foi o psicodrama. A ideia de montar uma cena para que o paciente exponha tudo que nela está contido através da dramatização é muito interessante. Acredito que é nesse momento que a pessoa deixa de lado a timidez e o receio de falar o que lhe vem à mente. Depois de dramatizar, chega o momento de compartilhar as impressões e refletir sobre sua reação diante da interpretação do papel improvisado podendo, a partir daí, dar significado aos conteúdos da cena. Há uma intencionalidade na dramatização que é abrir espaço para a espontaneidade e criatividade. Espero poder realizar essa experiência para por para fora o que me aprisiona.
E os grupos, dos quais trabalhamos, também fazem parte da nossa vida. Um grupo é formado por pessoas com interesses em comum e seus comportamentos são regulados por normas definidas pelos membros do próprio.
Há os grupos compostos pela família. Desse grupo, inevitavelmente fazemos parte.
Há os grupos de amigos. Estes se unem por interesses semelhantes, pensamentos em comum.
Existem os grupos de estudo. Juntam-se para estudar, para que um possa ajudar o outro nas dificuldades. Há uma união recíproca.
Eu fiz parte de diversos grupos. Grupo de amigas que formei quando estava no ensino fundamental; grupo de amigos que fiz parte no ensino médio; grupo de coreografia e de jovens da igreja, entre muitos outros que se formaram ao longo da minha vida. Em alguns desses grupos os integrantes mudaram. Uns desligaram-se, outros novos entraram. Outros grupos se desfizeram completamente. Ou seja, há o movimento dialético, onde nada permanece o que é. Porém, há pessoas que ainda tenho contato. Colegas que tive quando ainda era muito nova são próximas a mim. Sei que muitos outros grupos se formarão, seja no ambiente escolar, no profissional, no familiar, ou no social.
Já que a disciplina é Psicologia Organizacional nada mais lógico do que focar nas organizações. Entender a cultura organizacional e a dinâmica de grupo é muito importante para quem deseja ingressar no mercado de trabalho.
A Cultura Organizacional é basicamente os “deveres” que as pessoas devem cumprir em relação ao seu local de trabalho ou estudo. Como o próprio nome sugere, é um tipo de organização com conscientização e responsabilidade. Envolve normas, regulamentos, costumes, padrões, tradições, crenças, estilos de gerência, tipos de liderança, máquinas, equipamentos, métodos de trabalho, criatividade, tensão, caráter, enfim, tudo o que está presente em uma empresa que tem a presença de pessoas, funcionários. Cada organização se diferencia das outra tendo valores próprios compartilhados por seus membros.
A dinâmica de grupo é mais utilizada como meio de selecionar candidatos. Conhecê-los para descobrir qual se encaixa no perfil que a empresa procura. São exercícios realizados geralmente com as pessoas acomodadas em um semicírculo, para que todos fiquem relaxados e despojados, prontos para serem avaliados. É possível observar com essa dinâmica os candidatos pro - ativos, criativos, com potencial de improvisação. A empresa pode se utilizar de atos dramáticos também. Dessa forma, faz ponte com o psicodrama. Durante a dinâmica de grupo, observa-se a ética do candidato. Se ele tem postura profissional, se exagera nas qualidades pra conseguir a vaga. E mais uma vez, nota-se a relação deste com os demais assuntos estudados durante o semestre.
Os filmes trabalhados no semestre também contribuíram muito para minha compreensão dos diversos assuntos propostos.
O filme Freud, além da alma me ajudou muito a aprender os conceitos de psicanálise. A transição da Hipnose para o método da Associação Livre, o Processo de Transferência, os Mecanismos de Defesa e principalmente o Complexo de Édipo, são demonstrados no filme. Este filme serviu para visualizar os temas já discutidos em sala.
Da mesma forma, o filme Máfia no Divã também aborda os conceitos de Freud, mas de forma cômica quebrando assim a ideia geral de que estudar a psicologia é chato e seus os assuntos é insuportável.
No filme 12 Homens e Uma Sentença, eu identifiquei quase todos os temas que anteriormente tinha estudado no semestre. Foi interessante esse filme porque, visualizando esses conceitos, eu os fixei melhor. É intrigante como os jurados escolhidos para o julgamento de um homicídio, vão analisando as provas apresentadas do crime e vão tendo insights, dando saltos quantitativos até o ponto de todos estarem convencidos da possibilidade do réu não ser culpado.
No Clube do Imperador a observação tende a um outro aspecto. O filme traz uma lição moral fazendo-nos refletir sobre vários aspectos de nossa vida. A uma fala do filme que achei bem interessante: “o valor de uma vida não é definida por um fracasso ou um sucesso solitário.” Portanto, é um filme que é recomendado a assistir.
Aplicabilidade do Processo
De início o professor Jailson propôs uma pesquisa com os conceitos de Psicologia, Psiquiatria, Psicanálise e Psicologia Organizacional. Esta pesquisa foi mais que necessária, pois, a partir daí, tivemos a base para entender as demais teorias abordadas no semestre.
Após conhecer todos esses conceitos passei a ver tudo conforme a psicologia. Passei a observar que as ações e reações dos que estão a minha volta se relacionam com tais conceitos. Percebi atos falhos cometidos; os complexos de Édipo na minha vida e da dos outros; no meu namoro eu observei que há o processo de transferência. Enfim em outras diversas situações. É engraçado eu saber dessas relações e tentar explica-las a pessoas que desconhecem esses conceitos.
Até lendo livros de ficção, livros que estou habituada ler, encontro as teorias aplicadas da psicologia. Na verdade eles ficam mais interessantes quando entendo o que os autores estão falando, compreendo o que os termos significam.
No curso de Inspeção de Qualidade que faço no Senai temas como Gestalt, Brainstorming, Cultura Organizacional, entre outros, também foram abordados. Como já tinha noção do que eram esses assuntos, o meu desenvolvimento foi muito melhor.
Devo dizer que fico encantada com o fato de poder ver que, o que trabalhei em sala faz parte do cotidiano. E faz todo o sentido, pois a psicologia que se dedica a estudar o comportamento humano de diversos âmbitos, estuda nada mais do que a nós e o que faz parte de nós. Seus conceitos participam de uma forma tal que atuou nesse trabalho de várias maneiras.
Pelo método da associação livre, não em falar, mas em escrever tudo que chegava a minha mente, fez ressurgir muitas coisas da minha vida que a muito não lembrava.
E quantos insights eu tive! Sem eles não teria conseguido nem começar esta criação.
Da mesma forma as técnicas Brainstorming contribui para esta obra, fazendo-me sair do primeiro parágrafo e concluir a criação.
Meus agradecimentos ao professor Icó, que contribuiu muito para meu aprendizado e crescimento como pessoa. Não sou mais a mesma depois de todo esse conhecimento adquirido.
Conclusão