quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Criação Final - Tudo Se Relaciona


                  Metodologia


 Minha criação final será abordada de forma subjetiva, a partir da minha visão, de como cada assunto é percebido por mim. Baseia-se no que ouvi, li e vivenciei, ou seja, o que ouvi dos meus colegas e professor, o que li nos livros, relacionados diretamente ou não com a psicologia e nas pesquisas que fiz e o que vivenciei, experiências adquiridas ao longo do semestre e dos meus 18 anos.

 Acredito que as coisas não são eternas: tudo tem um começo, meio e fim. Desta forma será a minha criação.

 Tendo base nos textos de Kanitz “Volta às Aulas” e “Fazer o que se gosta”, nas Leis da Dialética, nos conceitos de Gestalt e Behaviorismo, Psicanálise, Psicodrama, Cultura Organizacional, Dinâmica de Grupo e do que observei nos filmes que assisti, assim será elaborada a minha obra.

 Utilizarei o que aprendi em minha vida acadêmica, para redigir um texto coeso e coerente, atentando para a gramática, escrevendo corretamente e de forma legível, aproveitando-me da minha Criatividade e Espontaneidade, de Insights que surgirem durante o processo de criação e da tempestade mental, extraindo o que me for proveitoso.

 Aprendi que Ambição são desejos, sonhos, metas e objetivos que temos. Com esse trabalho, eu tenho várias metas para alcançar tendo em vista um objetivo maior. Minha primeira meta é concluir esse projeto. Devo concluí-la porque quero ser aprovada na disciplina, que é necessária para concluir o curso, que acarretará na minha realização profissional. Enfim, são meus desejos e sonhos, o meu futuro que está em jogo e para alcançá-los seguirei a minha ética, não ofendendo ninguém nem plagiando trabalhos dos meus colegas escritores.

 Cada pessoa tem uma maneira diferente de pensar. Um mesmo assunto tem diversas interpretações. Meu objetivo é passar conhecimentos, inteirar as pessoas que desconhecem certos conceitos de psicologia, abrir possibilidades para novas ideias e até da uma outra forma de perceber os conteúdos trabalhados e a psicologia empiricamente.



   

   Essa criação será feita com base na minha vida. Do meu nascimento aos meus 18 anos de idade a psicologia se faz presente e é, então, nisso que focarei. O leitor estará “por dentro” até do que, acredito, nunca expus. Pensamentos que nunca falei em voz alta. O título revela como será feita essa criação. Vou expor os assuntos de psicologia correlacionado com minha vida, com outras disciplinas e com os próprios assuntos trabalhados nesse semestre. Não precisarei esforçar-me muito para demonstrar como se relacionam, pois isso se dá naturalmente. Grandes revelações serão feitas.

 

 

  Senta que lá vem a história!

 



Introdução

 

 Em toda a nossa vida nos é ensinado que devemos sempre fazer o que gostamos. Estudar ou exercer uma profissão que mais nos agrada. Mas isso é apenas em teoria. Começando pelos estudos, não estudamos sempre o que gostamos e quando queremos. Eu gosto de matemática, mas tive que estudar geografia, história, ciências naturais e todos aqueles aspectos chatos da gramática. Acontece também quando escolho um curso específico. Escolhi Ciências Contábeis, porém vou ter disciplinas de Direito que não me agradam.

 Todavia, analisando as circunstâncias em que me encontro, me pergunto como seria essa Criação Final se eu não soubesse escrever corretamente, com todas as concordâncias, conjunções, preposições, orações, frases, tudo como manda a nossa rica gramática. E o que seria dos contadores se estudassem apenas os números, sem que antes não entendessem o próprio psíquico? Que desordem seria!

 Portanto, para que essa criação não se torne chata para quem lê e para mim, que escrevo, precisarei utilizar as minhas habilidades para fazer um trabalho bem feito e por fim, contemplar, com prazer, a minha obra.





 A psicologia está contida em minha vida antes mesmo de eu nascer. Minha mãe precisava ter um bom controle emocional, pois as emoções afetam o bebê mesmo quando dentro da barriga.  As reações originais na criança recém nascida são o medo, a cólera e o amor. Estes sentimentos estariam baseados no ambiente em que eu estava inserida. Meus pais precisavam estar em harmonia para que fosse transmitido a mim amor e que eu viesse a senti-lo. Também se eu vivesse em ambiente turbulento e agitado isso seria passado a mim quando bebê e talvez eu me tornasse neurótica. Não aconteceu comigo, mas muitas crianças crescem em meio a brigas, sofrem com os pais que descontam nos filhos seus problemas. São essas crianças que se tornam adultos com o psicológico doente. E isto acontece porque os traumas ficam guardados no inconsciente; não é de todo eliminado e ressurge, manifestando-se de diversas formas que serão exemplificadas mais a frente.

 Voltando a minha vida, o que eu era antes de nascer? “Uma sementinha dentro da barriga da mamãe.” Essa era a música que meu pai cantava pra mim quando era criança. Era uma forma metafórica de me explicar como fui formada. Adequava-se à minha limitada capacidade de compreensão e de interpretação que eu tinha naquela idade. A metáfora também é utilizada por psicólogos para analisar e descobrir qual a origem da doença de seus pacientes e depois tentar solucioná-la. 

 Falando na minha relação com meu pai, eu sempre fui muito ligada a ele, muito mais próxima dele do que de minha mãe. Acredito que a explicação sobre essa relação se encontre no complexo de Édipo. Não que eu tinha pensamentos obscuros com meu pai, mas era ele que me defendia quando minha mãe brigava comigo e me protegia quando ela queria me bater. Eu posso perceber uma relação mais afetiva entre meu irmão e minha mãe também. Ele é mais ligado a ela e sempre tem várias discussões com meu pai. A relação de companheirismo se dá de forma igualmente inversa. Minha mãe sempre protege mais a meu irmão assim como meu pai sempre me defende. Como o meu relacionamento com meus pais sempre foi tranquilo, e nada traumatizante não me tornei neurótica e penso que não me tornarei uma adulta com o complexo de Édipo.

 Infelizmente não são todos que conseguem superar essa fase. Lembro de ter tido colegas com uma paixonite pelo professor ou professora, demonstrando assim o processo de transferência. Eles transferem, idealizam seus pais nos professores ou em outras pessoas próximas que parecem ter características dos mesmos. Uns conseguem superar mais essa fase, outros levam isso para a vida adulta precisando de tratamento psicanalista.

 À medida que vou crescendo, também vou desenvolvendo a minha percepção. Inicialmente, ainda bebê, a forma como eu vejo os objetos, as pessoas, como percebo imagens e sons, é distorcida. Enquanto eu não tenho ideia de onde estou tudo é muito confuso. Pessoas vistas por mim parecem ser grandes demais, fazem caretas e é tão cômico. Palavras são ditas e eu não entendo nada. Há um chocalho que mechem pra mim. Seu som me atrai tanto... Aprendo a repetir palavras: mamãe, papai.

 Continuo crescendo e o modo como percebo as coisas se alteram. Difere da percepção de outras pessoas. É incrível como hoje, tendo já consciência das coisas, tenho formas de ver, ouvir, sentir, observar e interpretar diferentes das outras pessoas. Diversas situações já me demonstraram isso.

 Em sala de aula quando precisamos fazer síntese de algum texto mesmo quando repetimos a ideia central sempre há algo diferente a se dizer. Quando vejo meus colegas expor suas ideias eu sempre me pergunto: nossa como eu não notei isso?

 O que ouvimos também se altera de acordo com nossa percepção. Acontece cotidianamente. Ouvimos algo e interpretamos conforme a nossa situação emocional. Às vezes entendemos de forma totalmente diferente de como foi dito.

 Através do olfato a percepção difere de pessoa para outra e de diversas maneiras para o próprio indivíduo. Quando estava com meu namorado sentimos um aroma. Tentamos decifrar do que era. Eu senti cheiro de cerveja, depois de massa de pão e ele sentiu cheiro de coco ralado e de massa de pão. Concordamos em um aroma, mas sentimos odores diferentes também.

 Sempre tive vocação pra encenar, mais precisamente tendência ao drama. Quando meus pais brigavam comigo eu chorava desesperadamente, batia com minha cabeça na parede, arrancava meus cabelos e os mostrava para eles verem o mal que tinham me feito. Ainda criança, quando eu não tinha toda a atenção, eu fazia birra, biquinho, chorava, ficava num canto; acontecia principalmente com minha prima que sempre foi muito próxima a mim, que eu tinha como exemplo, quase uma irmã pra mim. Essas reações era um espelho do que eu tava sentido e este foi o meio que encontrei para chamar a atenção, uma maneira de solucionar aquele sentimento ou emoção que estava sentindo. Eu sei que depois dessa revelação não pareço normal. Mas eu sou! Ou pelo menos me enquadro entre os neuróticos e não no grupo dos psicóticos.

 Deixando de lado as minhas maluquices de criança, eu sempre fui muito criativa.  Usava as paredes branquinhas do apartamento onde eu morava como papel e fazia lindos desenhos nela.  Sei que quando mais nova era muito espontânea e isso contribuía para toda essa criatividade.

  A espontaneidade me possibilita interpretar os diversos papeis que surgem no decorrer da vida. Como minha vida é um drama, os papéis que interpreto vêm de forma quase que imperceptível, como o papel de filha, de aluna, de irmã, de amiga, de namorada e, futuramente o papel de esposa, de mãe, de dona de casa e de funcionária. É verdade que para exercer bem todos esses papéis eu preciso ser muito criativa.

 Para encantar meus pais com todo o meu talento eu preciso ter criatividade. Não é certo de que tudo se relaciona? Então, o meu rendimento escolar não seria muito bom se eu copiasse o que já está pronto. E eu não seria eu mesma se não tivesse um modo de vestir, de pensar, de agir próprios. Não seria eu e sim outra pessoa se tomasse como minha uma ideia de outro. Seria um robô se repetisse ou seguisse tudo o que me é imposto sem ao menos analisar os fatos. René Descartes assim dizia: penso, logo existo. E se somos seres pensantes não a explicação, motivos para sermos improdutivos.

 As conservas culturais atuam sobre a nossa vida. São hábitos passados de uma geração, baseados, muitas vezes no senso comum. É importante, pois preserva os valores de uma cultura. Quando estas são mantidas e repetidas sem a devida consciência e crítica, corremos o risco de nos tornar seres robotizados, programados e sem criatividade, reproduzindo comportamentos iguais dos nossos pais e avós. Assim permanecemos num circulo, cristalizados numa ideia. Contradiz o fato de estarmos sempre mudando, evoluindo, progredindo. Podemos utilizar o que já está pronto, mas sempre os transformando a partir dos nossos próprios pensamentos.

 Esse assunto me remete a algo mais amplo e generalizado. A grande dificuldade dos estudantes hoje é não ter uma base crítica. Sempre fazendo cópias e deixando a mente em repouso, não criam estímulos para a criatividade, nem abrem espaço para novas ideias. Em sala de aula ficam apenas escutando os professores e não debatem, não discutem os assuntos. Tornam a mente infértil. Não lêem, não pesquisam, são mortos intelectualmente. É sobre isso que Kanitz aborda em um de seus textos. É fato que a culpa não é toda dos jovens. Nas escolas os alunos aprendem a apenas ouvir o professor, a atenção está nele. A preferência é que o aluno faça o maior silêncio possível. E é esse o resultado que temos; jovens e crianças com sua criatividade condicionada, futuros adultos com o pensamento crítico limitado.

 Eu também sofro desse mal. Tenho uma dificuldade imensa em expor minha ideias, seja através da escrita ou as expressando oralmente. Até que conheci as técnicas de Brainstorming que significa tempestade de ideias. É uma atividade que serve para testar e explorar a capacidade criativa de indivíduos. A partir dessas técnicas passei a ter um desenvolvimento maior. Exemplo disso é essa criação. Eu não sabia nem por onde começar. Tentei fazê-lo sem estas técnicas, mas não obtive sucesso. E agora as ideias fluíram e sinto-me capaz de escrever um livro. Quer dizer, não chega tanto não é mesmo?

 O insight é o caminho para ideia, uma percepção imediata.  Eu constantemente tenho insights. Quando menos espero tenho uma luz e pronuncio aquele “AHA” habitual. Acontece sempre, quando analiso uma imagem, quando ouço algo semelhante ou simplesmente “cai a ficha”. Coisas obvias e que passaram despercebidas passam a ter sentido. Os insights, assim como o brainstorming, muito me ajudaram em explorar minha capacidade de criação.

 Retomando a minha vida como foco, informo ao leitor que, quem sou, é responsabilidade dos meus pais. A minha essência está neles. Devo a eles a ética que tenho formada. Os princípios que sigo e não abro mão. 

 Se não tivesse uma ética bem delimitada não chegaria à concretização das minhas ambições. Já falei anteriormente que tenho o objetivo de concluir esse trabalho. Porém diversos sonhos povoam a minha mente. E cada desejo é regido pela ética. Tenho o sonho de me casar; e também sou totalmente contra a traição. Não há argumentos que me convença de que essa atitude tem desculpa ou motivo. E sei que manter-me nesse pensamento contribuirá para a realização desse desejo, que é casar. Tenho também a meta de concluir meu curso de graduação. Mas sou contra “pescar” para responder a uma prova mesmo que eu corra o risco de perder numa disciplina. Sei que, seguindo essa ideia, me tornarei uma profissional competente e eficiente.

 A minha base familiar é evangélica. Tenho o conceito do bem e do mal e como regente da minha vida está Deus. Contudo a minha vida não está baseada nos extremos de que só há o bom e o mau. Não posso me limitar a essa teoria maniqueísta, pois ficaria estagnada no tempo, com uma mente fechada. O indivíduo é modelado pelo ambiente e fenômenos físicos que o cerca. Estes interferem em seu psicológico e seu desenvolvimento social.

 Correlacionando, então, a vida com a dialética, temos um conceito óbvio. Nada permanece o que é, tudo está em constante movimento.

 Visualmente, há os aspectos físicos. Crescemos, envelhecemos, o rosto muda, o corpo transforma-se; estes são acontecimentos inevitáveis, que acontecem naturalmente. Além das mudanças no corte e cor do cabelo, no guarda-roupa, ajuste do corpo conforme o nosso gosto, transformação dos dentes, inovações que fazemos para nos sentirmos melhor.

 E como não falar da adolescência? A fase da transição. Não se é criança nem adulto. Estamos crescendo progressivamente até que damos um salto. Entre pequenas transformações acontecem mudanças notáveis. Há um aumento considerável de tamanho, a voz dos meninos engrossa, as meninas têm o corpo alterado.  É uma fase difícil. Mas é nesse momento que deixamos a criança de lado. Muda-se fisicamente e mentalmente. As emoções são intensas, pensa que se sabe tudo. O pensamento muda, as atitudes também. Continuamos crescendo, amadurecemos. O que era importante já não interessa mais. As mudanças acontecem nos ideais seguidos, na forma de pensar, acompanhadas da maturidade adquirida. Aos 18 anos, eu olho para trás e vejo que tive várias ações sem noção, ideias absurdas, atitudes que certamente não teria hoje. Mas tudo é um aprendizado não é mesmo? Somos transformados por nossas experiências cotidianas e com as experiências dos que estão à nossa volta. Charles Darwin disse que não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças. E um mundo que está em constante movimento, exige que as pessoas sejam capazes de acompanhar as rápidas mudanças. Fica para trás quem se estagna no tempo.

 Eu aprendi muito durante a minha adolescência e mudei bastante desde então. Quando adolescente, eu me decepcionei muito com uma pessoa. Um menino que eu gostava. Idealizei algo que não existia. Criei uma imagem que contemplasse o meu desejo.  Quando ele me magoou todos esses sonhos de adolescência desmoronaram. Para não me sentir “por baixo”, e ter minha auto-estima diminuída eu precisei criar mecanismos de defesa. Tentei reprimir essa parte da minha vida, esquecê-la, mas não consegui. Então utilizei a negação. Sempre que comentavam sobre ele e eu juntos, eu negava. Falava mal dele, e dos quantos defeitos ele tinha. Tentei parecer superior, provoquei ciúmes, ignorei-o, de forma que eu não estava muito consciente do porque fazia isso. E então eu aprendi que os mecanismos de defesa são processos subconscientes que permitem à mente encontrar uma solução para conflitos não resolvidos ao nível da consciência, ou seja, são demonstrações conscientes espelhadas no inconsciente.

 Não podia deixar de citar os atos falhos que surgiram na minha vida. Deixando claro que o ato falho é um erro na fala, na leitura, na audição, numa ação física, na distração de palavras... São circunstancias acidentais podendo ser interpretado como uma manifestação reprimida.  E quantos atos falhos já não cometi... Já chamei pessoas por outro nome, não por esquecer o nome delas, mas por pensar em outra pessoa; já li algo que não estava escrito por está com a atenção focada em outro assunto; já ouvi o que não foi dito pelo simples fato de querer ouvir-lo. Enfim, o ato falho acontece corriqueiramente e passa muitas vezes despercebido. São atos causados pelo inconsciente.

 Por falar no inconsciente, preciso expressar minha opinião sobre ele. O inconsciente é algo extraordinário. Agora entendo porque Freud e outras tantas mentes brilhantes se dedicaram a estudá-lo. Já citei diversas situações que são direcionadas pelo inconsciente, mas a ideia de relembrar ao ver, sentir, ou ouvir algo que aconteceu a tanto tempo, realmente me fascina.

 Eu acredito que dos meus cinco sentidos o olfato seja o mais defeituoso. Mas é incrível a minha capacidade de lembrar de momentos e pessoas ao sentir um cheiro. Fatos, que há muito foram esquecidos, mas que por está guardada no inconsciente, vêm à tona quando reativadas. Isso acontece muito comigo. Sinto um prazer ou repugnância ao lembrar dos momentos passados. Tem um perfume muito específico que, onde eu sinto, lembro da pessoa que o usava. Não porque essa pessoa seja uma das mais importantes da minha vida, mas foi o seu perfume que a marcou. Da mesma forma, acontecem com outros cheiros, outros perfumes que me remete a sensações sentidas outrora. É como se revivesse aquele momento.

 Porém essas sensações nem sempre são tão boas. Quando ouço algo relacionado com coisas que me magoou muito sinto uma angustia imensa e tudo o que vivi de traumatizante reaparece, invade minha mente. Mas, se nem Freud conseguiu decifrar totalmente o inconsciente, porque eu entenderia? Resta-me admira-lo.

 Em se tratando das minhas emoções, eu sempre fui muito controlada. Não me permito fazer várias coisas que eu gostaria de fazer. Estou sempre reprimindo meus impulsos e desejos. Estudando a teoria freudiana, descobri que o superego é o que mais atua sobre mim. Eu sempre me censuro a não fazer certas coisas que a sociedade e minha cultura impõem. Mas é verdade que nem sempre consigo controlar meus impulsos. Há momentos que são tão fortes que perco as “rédeas” da situação. É aí que o ego entra em ação, buscando meios para satisfazer meus instintos. Quando fico muito nervosa o meu pé começa a balançar descontroladamente. Quanto mais nervosa ou tensa eu fico, a intensidade aumenta. A mim, esses movimentos são, às vezes, imperceptíveis, mas quem está a minha volta com certeza percebe.

 Quando esse nervosismo está relacionado á raiva, eu começo a tremer. É incontrolável. Nesse momento eu preciso gritar, expor tudo o que está me incomodando antes que as lagrimas comecem a rolar e o meu corpo fique parecendo que tomou uma descarga elétrica do tanto que tremo.  Isso deixa bem claro que o id está precisando por pra fora os meus instintos e impulsos inconscientes e o ego procura satisfazer o que o id precisa sem contrariar o superego.

 Os sonhos também é uma representação simbólica, disfarçada de nossos desejos recalcados. Os sonhos podem ser o caminho para encontrar as causas da neurose. A partir da descrição dos sonhos do paciente, o psicanalista relaciona o conteúdo do que é lembrado com os desejos e medos, que fazem parte do inconsciente e que estão se manifestando em forma de sonho. Eu, várias vezes sonhei com situações que aconteceram a muito tempo, de uma forma diferente do vivido e que, inicialmente, fiquei sem entender o porque. Depois eu compreendi que era uma vontade minha e como não se realizara, então, se concretizou no sonho.

 Da mesma maneira acontece com meus medos. Antes de saber se eu tinha passado em algum vestibular, havia um medo enorme de ficar em casa sem fazer nada, sendo sustentada pelos meus pais. E isso se converteu em um pesadelo. Sonhei que eles já não me aceitavam mais como filha e que eles começaram a me tratar de forma diferente. Conscientemente, eu sabia que isso era absurdo, não tinha cabimento. Mas, por dias esse sonho me perturbou, me angustiou. O meu inconsciente perdeu a racionalidade por causa do medo. Felizmente dois meses depois eu recebi a notícia de que eu tinha uma vaga me esperando Universidade Estadual da Bahia e esse medo se esvaiu.

 Meses se passaram após a noticia de ser aprovada no vestibular. Em setembro, quando as aulas começaram, tudo passou a se relacionar. Uma palavra da qual não tinha conhecimento, surgiu em todas as disciplinas do curso e fora do curso também. O empirismo, que se baseia na experiência, traduz a nossa situação de estudante. Estamos lá para aprender, a partir dos conhecimentos e experiências dos professores e também dos colegas. Empirismo é a sabedoria adquirida por percepções, sendo esta o foco da teoria gestaltista estudada em  psicologia. Como é possível perceber, tudo, em algum momento, se interliga; ideias que se encontra em um ponto comum. Foi isso que aconteceu neste semestre.

 Um dos assuntos trabalhados em psicologia e que me deixou empolgadíssima, foi o psicodrama. A ideia de montar uma cena para que o paciente exponha tudo que nela está contido através da dramatização é muito interessante. Acredito que é nesse momento que a pessoa deixa de lado a timidez e o receio de falar o que lhe vem à mente. Depois de dramatizar, chega o momento de compartilhar as impressões e refletir sobre sua reação diante da interpretação do papel improvisado podendo, a partir daí, dar significado aos conteúdos da cena. Há uma intencionalidade na dramatização que é abrir espaço para a espontaneidade e criatividade. Espero poder realizar essa experiência para por para fora o que me aprisiona.

 E os grupos, dos quais trabalhamos, também fazem parte da nossa vida. Um grupo é formado por pessoas com interesses em comum e seus comportamentos são regulados por normas definidas pelos membros do próprio.

 Há os grupos compostos pela família. Desse grupo, inevitavelmente fazemos parte.

 Há os grupos de amigos. Estes se unem por interesses semelhantes, pensamentos em comum.

 Existem os grupos de estudo. Juntam-se para estudar, para que um possa ajudar o outro nas dificuldades. Há uma união recíproca.

 Eu fiz parte de diversos grupos. Grupo de amigas que formei quando estava no ensino fundamental; grupo de amigos que fiz parte no ensino médio; grupo de coreografia e de jovens da igreja, entre muitos outros que se formaram ao longo da minha vida. Em alguns desses grupos os integrantes mudaram. Uns desligaram-se, outros novos entraram. Outros grupos se desfizeram completamente. Ou seja, há o movimento dialético, onde nada permanece o que é. Porém, há pessoas que ainda tenho contato. Colegas que tive quando ainda era muito nova são próximas a mim. Sei que muitos outros grupos se formarão, seja no ambiente escolar, no profissional, no familiar, ou no social.

 Já que a disciplina é Psicologia Organizacional nada mais lógico do que focar nas organizações. Entender a cultura organizacional e a dinâmica de grupo é muito importante para quem deseja ingressar no mercado de trabalho.

 A Cultura Organizacional é basicamente os “deveres” que as pessoas devem cumprir em relação ao seu local de trabalho ou estudo. Como o próprio nome sugere, é um tipo de organização com conscientização e responsabilidade. Envolve normas, regulamentos, costumes, padrões, tradições, crenças, estilos de gerência, tipos de liderança, máquinas, equipamentos, métodos de trabalho, criatividade, tensão, caráter, enfim, tudo o que está presente em uma empresa que tem a presença de pessoas, funcionários. Cada organização se diferencia das outra tendo valores próprios compartilhados por seus membros. 

 A dinâmica de grupo é mais utilizada como meio de selecionar candidatos. Conhecê-los para descobrir qual se encaixa no perfil que a empresa procura. São exercícios realizados geralmente com as pessoas acomodadas em um semicírculo, para que todos fiquem relaxados e despojados, prontos para serem avaliados. É possível observar com essa dinâmica os candidatos pro - ativos, criativos, com potencial de improvisação. A empresa pode se utilizar de atos dramáticos também. Dessa forma, faz ponte com o psicodrama. Durante a dinâmica de grupo, observa-se a ética do candidato. Se ele tem postura profissional, se exagera nas qualidades pra conseguir a vaga. E mais uma vez, nota-se a relação deste com os demais assuntos estudados durante o semestre.

 Os filmes trabalhados no semestre também contribuíram muito para minha compreensão dos diversos assuntos propostos.

 O filme Freud, além da alma me ajudou muito a aprender os conceitos de psicanálise. A transição da Hipnose para o método da Associação Livre, o Processo de Transferência, os Mecanismos de Defesa e principalmente o Complexo de Édipo, são demonstrados no filme. Este filme serviu para visualizar os temas já discutidos em sala.

 Da mesma forma, o filme Máfia no Divã também aborda os conceitos de Freud, mas de forma cômica quebrando assim a ideia geral de que estudar a psicologia é chato e seus os assuntos é insuportável.

 No filme 12 Homens e Uma Sentença, eu identifiquei quase todos os temas que anteriormente tinha estudado no semestre. Foi interessante esse filme porque, visualizando esses conceitos, eu os fixei melhor. É intrigante como os jurados escolhidos para o julgamento de um homicídio, vão analisando as provas apresentadas do crime e vão tendo insights, dando saltos quantitativos até o ponto de todos estarem convencidos da possibilidade do réu não ser culpado.

 No Clube do Imperador a observação tende a um outro aspecto. O filme traz uma lição moral fazendo-nos refletir sobre vários aspectos de nossa vida. A uma fala do filme que achei bem interessante: “o valor de uma vida não é definida por um fracasso ou um sucesso solitário.” Portanto, é um filme que é recomendado a assistir.



Aplicabilidade do Processo

 

 De início o professor Jailson propôs uma pesquisa com os conceitos de Psicologia, Psiquiatria, Psicanálise e Psicologia Organizacional. Esta pesquisa foi mais que necessária, pois, a partir daí, tivemos a base para entender as demais teorias abordadas no semestre.

 Após conhecer todos esses conceitos passei a ver tudo conforme a psicologia. Passei a observar que as ações e reações dos que estão a minha volta se relacionam com tais conceitos. Percebi atos falhos cometidos; os complexos de Édipo na minha vida e da dos outros; no meu namoro eu observei que há o processo de transferência. Enfim em outras diversas situações. É engraçado eu saber dessas relações e tentar explica-las a pessoas que desconhecem esses conceitos.

 Até lendo livros de ficção, livros que estou habituada ler, encontro as teorias aplicadas da psicologia. Na verdade eles ficam mais interessantes quando entendo o que os autores estão falando, compreendo o que os termos significam.

 No curso de Inspeção de Qualidade que faço no Senai temas como Gestalt, Brainstorming, Cultura Organizacional, entre outros, também foram abordados. Como já tinha noção do que eram esses assuntos, o meu desenvolvimento foi muito melhor.  

 Devo dizer que fico encantada com o fato de poder ver que, o que trabalhei em sala faz parte do cotidiano. E faz todo o sentido, pois a psicologia que se dedica a estudar o comportamento humano de diversos âmbitos, estuda nada mais do que a nós e o que faz parte de nós. Seus conceitos participam de uma forma tal que atuou nesse trabalho de várias maneiras.

 Pelo método da associação livre, não em falar, mas em escrever tudo que chegava a minha mente, fez ressurgir muitas coisas da minha vida que a muito não lembrava.

  E quantos insights eu tive! Sem eles não teria conseguido nem começar esta criação.

 Da mesma forma as técnicas Brainstorming contribui para esta obra, fazendo-me sair do primeiro parágrafo e concluir a criação.

 Meus agradecimentos ao professor Icó, que contribuiu muito para meu aprendizado e crescimento como pessoa. Não sou mais a mesma depois de todo esse conhecimento adquirido.





     Conclusão

 Nada está acabado. Estamos sempre evoluindo e de maneira circular, em espiral. Não voltamos ao ponto de partida e em algum momento terá um fim, pois as coisas não são eternas. Lembro-me de ter lido uma vez que a existência é cíclica. Não há aplausos que durem para sempre nem vaias que sejam eternas. A biologia trabalha na evolução. Nós somos parte desse processo evolutivo. As teorias dos filósofos e dos cientistas evoluíram e continua melhorando. Não está completa. E nós, que estamos em constante mudança, evoluímos. Não estamos completos e não chegamos à plenitude do nosso ser. E, contudo, as coisas mudam porque contém nelas mesmas a contradição. Objetos degradam-se, papéis são rasgados, pessoas morrem, relacionamentos matrimoniais e fraternos terminam não importando o motivo. Teorias e pensamentos permanecem depois à morte do seu criador, até que alguém tenha uma idéia que se sobreponha a ela.

 



Bibliografia


• Pesquisas postadas no Blog

• Brainstorming na Escrita

• KANITZ. Stephen Volta às aulas.

• KANITZ. Stephen. Ambição e Ética.

• KANITZ. Stephen. Fazer o que se gosta.

• CURY. Augusto. O Vendedor de Sonhos e A REVOLUÇÃO DOS ANÔNIMOS.

• SHELDON. Sidney. CONTE-ME SEUS SONHOS


             

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Metodologia


 Minha criação final será abordada de forma subjetiva, a partir da minha visão, de como cada assunto é percebido por mim. Baseia-se no que ouvi, li e vivenciei, ou seja, o que ouvi dos meus colegas e professor, o que li nos livros, relacionados diretamente ou não com a psicologia e nas pesquisas que fiz, e o que vivenciei, experiências adquiridas ao longo do semestre e dos meus 18 anos.

 A Dialética nos ensina que as coisas não são eternas: tem um começo, meio e fim. Desta forma será a minha criação.

 Tendo base nos textos de Kanitz “Volta às Aulas” e “Fazer o que se gosta”, nas Leis da Dialética, nos conceitos de Gestalt e Behaviorismo, Psicanálise, Psicodrama, Cultura Organizacional, Dinâmica de Grupo e do que observei nos filmes que assistir, assim será elaborada a minha obra.

 Utilizarei o que aprendi em minha vida acadêmica, para redigir um texto coeso e coerente, atentando para a gramática, escrevendo corretamente e de forma legível, aproveitando-me da minha Criatividade e Espontaneidade, de Insights que surgirem durante o processo de criação e da tempestade mental, extraindo o que me for proveitoso.

 Kanitz me ensinou que Ambição são desejos, sonhos, metas e objetivos que temos. Com esse trabalho, eu tenho várias metas para alcançar tendo em vista um objetivo maior. Minha primeira meta é concluir esse projeto. Devo concluí-la porque quero ser aprovada na disciplina, que é necessária para concluir o curso, que acarretará na minha realização profissional. Enfim, são meus desejos e sonhos, o meu futuro que está em jogo e para alcançá-los seguirei a minha ética, não ofendendo ninguém nem plagiando trabalhos dos meus colegas escritores.

 Cada pessoa tem uma maneira diferente de pensar, um mesmo assunto tem diversas interpretações. Meu objetivo é passar conhecimentos, inteirar as pessoas que desconhecem certos conceitos de psicologia, abri possibilidades para novas ideias e até da uma outra forma de perceber os conteúdos trabalhados e a psicologia empiricamente. 

Síntese de Texto²

GRUPOS: Defesas, Forças Ocultas, Papéis e Dinâmica

 Grupo é uma unidade social formada por pessoas com papéis interdependentes, com objetivos em comum e que tem seu comportamentos regulado por um conjunto de normas a partir de um consenso entre membros do próprio grupo.

 Como primeira meta do trabalho grupal "o individuo tem de experimentar, errar, aprender, até se comportar adequadamente", contando com a participação dos outros.

Psicologia Social - o grupo estabelece ligação entre o individual e o coletivo. Como elementos centrais tem a interdependência funcional entre seus membros, um objetivo comum e papéis e normas a serem seguidas. 

 Kurt Lewin acredita que o comportamento do indivíduo deve ser compreendido considerando-se os fatores internos e externos à pessoa. Este comportamento depende das mudanças que ocorrem em seu espaço de vida constituído da persona e do meio psicológico - em determinado momento.

Pesquisa-ação apega-se às dimensões concretas e existenciais e trabalha com a dinâmica dos fenômenos de grupo.  
Psicogrupo é um grupo informal com foco nos membros constituintes. 
Sociogrupo é direcionado na execução de uma tarefa.

Metodologia da Dinâmica - analisa as estruturas do grupo: poder, liderança e comunicação; pesquisa e desenvolve experiências sobre os grupos; utiliza-se da representação do grupo e seu ambiente como campo social para a análise de vida do grupo.  
 São fundamentais ao grupo três elementos: existência, contemporaneidade e interdependência de seus membros.
 O grupo é um processo em desenvolvimento. A importância de cada grupo para o indivíduo depende da situação do momento.
O campo social é uma totalidade dinâmica, estruturada a partir da posição relativa das entidades que o compõem: grupos, subgrupos, membros, barreiras e canais de comunicação. O comportamento social resulta de tais teorias.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Comentário de Filmes ²

12 Homens e uma Sentença 



 Para a dialética, não existe nada de definitivo, de absoluto; partindo deste princípio David, um dos 12 homens, não considera o rapaz culpado. Não há 100% de certeza dele ser inocente ou culpado. 
 Por definição, o sofisma tem o objetivo de dissimular uma ilusão de verdade, apresentando-a sob esquemas que aparentam seguir as regras da lógica. Inicialmente o caso de homicídio parece estar muito óbvio mas analisando novamente os fatos percebe-se que há algo desconexo. A partir de então acontece insights, detalhes que passaram desapercebidos começam a fazer sentido e o que era certeza abri brechas para dúvidas.
 Como argumento para considera-lo culpado utilizam a teoria behaviorista que afirma: o comportamento depende do ambiente em que se vive. Em sua concepção o rapaz era culpado pois veio de um lugar em q matar é normal, e as suas ações quando criança revelam o seu crime.
 Diante dos fatos há no filme a quarta lei da dialética: o progresso por saltos. No primeiro momento 11 homens consideram que houve homicídio e apenas 1 duvida da sua culpabilidade. Mas no decorrer do filme, fatos são expostos, aprofunda-se nos detalhes e os demais homens vão o considerando inocente. 11 o considerava culpado, depois 10, 9, 8, 6, até que resta apenas 1 a ser convencido. Este, mesmo com todos os argumentos, resistia, como mecanismo de defesa contra um problema pessoal, um conflito com seu filho. Por fim ele também convenceu-se e o jovem foi inocentado.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Dinâmica De Grupo


 As dinâmicas de grupo são atividades que possibilitam ao recrutador conhecer um pouco de cada candidato, para que ele tenha maiores e melhores recursos no momento de selecionar o perfil mais adequado para uma determinada vaga. São realizados vários exercícios, geralmente com as pessoas acomodadas em um semicírculo, para que todos fiquem relaxados e despojados, prontos para serem avaliados.
 Geralmente os pretendentes ao emprego têm que estar aptos a encarar os obstáculos e desafios que lhes são propostos, simbolizando-os através da elaboração de publicidade empresarial, atos dramáticos, exibições públicas, entre outros meios. Os candidatos devem estar atentos a tudo, sempre tentando antecipar o que estão esperando deles, procurando não cometer nenhum deslize. Eles não devem se envergonhar ou se constranger com determinadas tarefas a serem realizadas, mas sim com o objetivo final, conquistar a vaga em questão.
 Estas dinâmicas são ferramentas de que o responsável pela seleção dispõe para captar o potencial criativo de cada um, pois além do conhecimento necessário para se enfrentar este momento crucial, é preciso demonstrar criatividade, capacidade de improvisação. Não interessa ao recrutador avaliar apenas o saber intelectual dos candidatos, mas também a inteligência emocional deles, qual a sua mentalidade, seus sentimentos, como é a vida destes pretendentes, quais os seus problemas mais incisivos.
 As dinâmicas visam igualmente levar os candidatos a refletirem sobre o processo de seleção, implementá-lo, transmutá-lo e renová-lo, integrando a ele novas dimensões. As técnicas utilizadas nestes encontros em grupo permitem às pessoas envolvidas liberarem o potencial criador e transformador que muitas vezes se encontra adormecido dentro de cada um, possibilitando assim que o aprendizado, em todos os sentidos, flua mais livremente entre eles, neste mecanismo de racionalização coletiva e, justamente por isso, enriquecedor. As pessoas se transformam, nesse momento, em sujeitos do conhecimento. Para alcançar este patamar de educação libertadora, as dinâmicas devem estar voltadas para temas peculiares, não aleatórios, focados em metas concretas e na natureza dos integrantes deste processo de seleção. Assim, é essencial que esteja cristalino para o recrutador o objetivo a ser alcançado.
 Todos os meios disponíveis podem ser utilizados na prática destas dinâmicas, desde que contribuam para sua realização – desde TV, vídeo, som, papel, até tintas, mapas, meditações, técnicas teatrais, produção de textos, entre outros tantos instrumentos. O ambiente escolhido para as atividades deve se adequar perfeitamente a elas, para que todos consigam entrar no clima propício. É fundamental também estipular um prazo máximo para a elaboração das tarefas.
 Numa Dinâmica de Grupo que tem como finalidade a seleção, pode haver atividades dentre as quais encontramos o “Quebra-gelo, Apresentação, Discussão, Criatividade e Solução de Problemas.  
Uma postura profissional, sem excessos , sem querer boicotar seus “possíveis” concorrentes, são fundamentais para o candidato que almeja o sucesso e uma recolocação.
 A Dinâmica é a atividade que leva o grupo a uma movimentação, a um trabalho em que se avalia : reações comportamentais nos relacionamentos inter-pessoais, comunicação (expressão verbal), capacidade para ultrapassar obstáculos, o nível de iniciativa, o processo de pensamento, o nível de frustração, atitude equilibrada frente à recusa de suas idéias perante ao grupo, capacidade para suportar pressão, ansiedade, habilidades comportamentais específicas para cada cargo (liderança, cooperação), etc.
 Algumas Dinâmicas de Grupo exigem movimentos como sentar, ajoelhar, subir em algum lugar. Assim, quanto mais discreto e confortável for seu traje, melhor.

 É automaticamente descartado quem:

• Demonstra comportamento arrogante;
• Possui timidez demasiada, sem participação efetiva;
• Finge comportamentos;
• Boicota algum membro do grupo;
• Busca destaque em excesso, não permitindo a participação dos demais membros;
• Não fala a verdade.

 O recrutador se utiliza de técnicas para “ler” os sinais que a pessoa envia.
 Finalmente : Após uma Dinâmica de Grupo não há vencidos e vencedores, ganhadores e perdedores, melhores nem piores. O que todo processo seletivo visa é identificar o candidato que possua um perfil pessoal e profissional mais próximo e adequado ao perfil da vaga que se busca preencher. 

Referências:

• www.infoescola.com/psicologia/dinamica-de-grupo/
• www.melhoramiga.com.br/2010/03/como-se-comportar-numa-dinamica-de-grupo/

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Cultura Organizacional



 A Cultura Organizacional é basicamente os “deveres” que as pessoas devem cumprir em relação ao seu local de trabalho ou estudo. Como o próprio nome sugere, é um tipo de organização com conscientização e responsabilidade. Envolve normas, regulamentos, costumes, políticas administrativas, padrões, tradições, crenças, estilos de gerencia, tipos de liderança, maquinas, equipamentos, métodos de trabalho, criatividade, tensão, caráter, enfim, tudo o que está presente em uma empresa que tem a presença de pessoas, funcionários.
 A cultura compreende um conjunto de propriedades do ambiente de trabalho, percebidas pelos empregados, constituindo-se numa das forças importantes que influenciam o comportamento. Compreende além das normas formais, também o conjunto de regras não escritas, que condicionam as atitudes tomadas pelas pessoas dentro da organização: por este motivo, o processo de mudança é muito difícil, exigindo cuidado e tempo. Para se obter uma mudança duradoura, não se tenta mudar pessoas, mas as restrições organizacionais que operam sobre elas. A cultura da organização envolve um conjunto de pressupostos psicossociais como normas, valores, recompensas e poder, sendo atributo intrínseco a organização.
 Segundo a definição de L. Smircich, a Cultura Organizacional representa o sistema de comportamentos, normas e valores sociais (padrões de referência que influenciam a forma como as pessoas agem e avaliam os acontecimento) aceites e partilhados por todos os membros da organização e que de certa forma a tornam única. É, portanto, um conjunto de características únicas que permite distinguir a organização de todas as outras. Corresponde ao que representa a personalidade no indivíduo e transmite a forma como os membros da organização se comportam de acordo com o sistema de valores vigente.
 Assim, cultura organizacional é um sistema de valores compartilhados pelos seus membros, em todos os níveis, que diferencia uma organização das demais. Em última análise, trata-se de um conjunto de características-chave que a organização valoriza, compartilha e utiliza para atingir seus objetivos e adquirir a imortalidade.


 A importância da Cultura Organizacional deve-se ao fator de constituir uma forte determinante da motivação na organização, fato que se deve às funções que desempenha, nomeadamente:


- Dar um sentimento de identidade, de unidade e de participação 
coletiva aos membros da organização;

- Incentivar o empenhamento das pessoas;

- Guiar e modelar o comportamento das pessoas.

 Stephen Robbins, em Organizational Behavior, destaca dez características que agregadas captam a essência da cultura organizacional:

Identificação: até que ponto cada colaborador se identifica mais com a organização do que com a sua própria profissão;

Ênfase no Grupo: traduz em que medida o trabalho na organização está organizado na base de equipes ou na base individual;

Foco nas Pessoas: até que ponto as decisões de gestão têm em consideração o impacto nos membros da organização;

Integração Departamental: em que medida os diferentes departamentos ou divisões atuam de forma coordenada e inter-dependente;

Controle: de que forma as regras, os regulamentos e a supervisão direta são usados para controlar o comportamento individual;

Tolerância ao Risco: até que ponto os membros da organização são encorajados a ser agressivos, inovadores e a enfrentar o risco;

Critérios de Recompensa: de que forma são atribuídas as recompensas e quais os fatores que as determinam;

Tolerância de Conflitos: em que medida os membros da organização são encorajados a encarar os conflitos com espírito de abertura;

Orientação para os resultados: até que ponto a gestão está mais orientada para os resultados do que para os meios;

Sistema Aberto ou Fechado: em que medida a organização está atenta à sua envolvente externa e atua em resposta às suas alterações.
Os elementos da cultura organizacional:

 Nós temos como conhecer a cultura de uma empresa a partir de uma série de elementos que podemos observar e que são repassados aos novos integrantes. Em geral, os elementos mais comuns são:


Valores – Trata-se do que a empresa entende como atitudes primordiais para o sucesso. É tida como a essência da filosofia da empresa e promove o direcionamento comum aos funcionários. Temos como exemplo: a credibilidade, satisfação do cliente, transparência, etc.

Estórias e mitos – São os “contos” que você ouve a respeito de fatos – reais ou não – que ocorreram na empresa, narrados por pessoas mais antigas na organização.

Crenças e pressupostos – Refere-se ao que é tido como verdadeiro pela empresa, as percepções de mundo, que são validadas com o tempo.

Ritos, rituais e cerimônias – São os eventos, em geral, que ocorrem dentro da organização e fazem com que a cultura se torne mais visível. São exemplos: as festinhas de aniversariantes do mês, a premiação de um ou mais funcionários pelo destaque na atividade exercida, etc.


Heróis – Tratam-se das pessoas que fizeram e/ou fazem história dentro da organização através de ações que fortaleceram a mesma. São eles que personificam os valores adotados pela empresa. 

Tabus – É tudo o que tido como não é permitido dentro da empresa. Existem organizações, por exemplo que vetam a contratação de pessoas da mesma família, namoro entre colegas de trabalho, etc.


Normas – São as regras escritas que ditam o comportamento considerado correto pela empresa e que deve ser seguido pelos seus funcionários.

Símbolos – Vão desde o logotipo até a mobília da empresa. A bandeira nacional é um símbolo da República Federativa do Brasil, por exemplo.

Referências:

• www.zemoleza.com.br/carreiras/1480-clima-e-cultura-organizacional-psicologia-tga.
• www.sempretops.com/informacao/cultura-organizacional-
• www.knoow.net/cienceconempr/gestao/culturaorganizacional
• psicologiaaplicadaets.blogspot.com.br/2012/09/cultura-organizacional



quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Psicodrama


 Psicodrama pode ser definido como uma via de investigação da alma humana mediante a ação. É um método de pesquisa e intervenção nas relações interpessoais, nos grupos, entre grupos ou de uma pessoa consigo mesma. Mobiliza para vivenciar a realidade a partir do reconhecimento das diferenças e dos conflitos e facilita a busca de alternativas para a resolução do que é revelado, expandindo os recursos disponíveis. Tem sido amplamente utilizado na educação, nas empresas, nos hospitais, na clínica, nas comunidades.
Jacob Levy Moreno
 O Psicodrama é um método desenvolvido no início do século XX pelo médico Jacob Levy Moreno, que acreditou que ao unir as bases teóricas do teatro com as bases da psiquiatria, chegaria a um método terapêutico que utilizasse a dramatização como uma forma de fazer o paciente equilibrar o seu emocional com textos improvisados. Ele propôs as três etapas da sessão psico, socio ou axiodramática: o aquecimento, a dramatização e o compartilhar. Cada uma das etapas representa um momento diferente no processo. No aquecimento se trabalha com a ideia de aleatoriedade através de jogos que envolvem a linguagem verbal, do corpo e a imaginação. Na dramatização alguma situação já adquiriu significado para o grupo, para o protagonista emergente ou mesmo para um único indivíduo. No compartilhar é quando há troca de sentimentos, impressões e reflexões sobre o acontecido em cena. É o momento de dar significado aos conteúdos da cena.
 Para Moreno há uma intencionalidade na cena: dar fluência à espontaneidade e à criatividade, através da contextualização da problemática, da ação dramática, do encontro, do olhar do outro, do olhar sobre si mesmo. Desta maneira ele acreditava que as pessoas estavam transformando seus papéis, dando-lhes nova visibilidade, podendo desempenhá-los mais adequadamente às necessidades do contexto.


Espontaneidade

 A Espontaneidade é a capacidade de agir de modo "adequado" diante de situações novas, criando uma resposta inédita ou renovadora ou, ainda, transformadora de situações preestabelecidas. É um fator que permite ao potencial criativo atualizar-se e manifestar-se.
 Para Moreno, todos nós já nascemos com a espontaneidade, a que ele denominou “Fator e”. A espontaneidade possibilita o ato da criação no papel (aluno, filho, irmão, namorado,professor etc.) e pode ser comparada à inspiração. Quando se está espontâneo, você tem consciência de que pode realizar a atividade ou dar uma resposta mental, verbal ou motora.
 A espontaneidade favorece um ponto de equilíbrio entre o que a pessoa quer e o que o contexto pede.
 A Espontaneidade funciona somente no momento em que surge, pode ser comparada metaforicamente a uma lâmpada que se acende e graças à qual tudo fica claro em casa. Quando a luz apaga, as coisas permanecem ocupando o mesmo lugar na casa, mas uma qualidade essencial desapareceu.
 A Espontaneidade é um fator fundamental para adaptação do indivíduo, ao seu meio ambiente sem que sua adequação signifique destruição ou perda de suas liberdades mas, muito contrário, uma maior possibilidade de exercê-las e desenvolvê-las nesse mesmo meio. Ao participar vivencialmente deste meio, o indivíduo desfruta dele e o engrandece.

Criatividade

 A criatividade é o processo em que algo novo é produzido. Construir o que já foi construído nada mais é do que reproduzir ou imitar. A criatividade é resultante de um ato espontâneo como vimos, e o aprendizado eficiente deve ser conseqüência. O processo espontâneo-criativo só existe no instante em que estamos produzindo, e o seu resultado é chamado de conserva cultural, ou seja, tudo o que produzimos e guardamos passa a fazer parte da nossa cultura e fica conservado para que outros possam ver e entender o que os outros descobriram e criaram.

Conservas culturais

 As conservas culturais servem para preservar valores de uma determinada cultura, e à estas é dada a função de um produto findado que conquistou uma qualidade praticamente sagrada, porém, a função criadora é despertada e lança uma nova espontaneidade.

“A luta contra as conservas culturais é caracteristica marcante de toda nossa cultura; expressa-se de várias formas na tentativa de escapar destas conservas. Este esforço de escapar do mundo-conserva parece tentativa de retornar ao paraíso perdido..” (Moreno, 1992, p. 149)


Cristalização

 A cristalização dentro do Psicodrama pode estar relacionado à recriação, adaptação. Trata-se de forma ou outra, da capacidade de um indivíduo misturar diferentes papéis dentro de uma cena adaptando-os com suas experiências guardadas. A partir do momento em que o paciente se permite ser psicodramaticamente espontâneo, quando através da ação ele integra pensamento e emoção, as suas experiências e contradições são evidenciadas e compreendidas.


Referências
• www.febrap.org.br/psicodrama/
• www.ebah.com.br/content/ABAAAAWWcAK/psicodrama
• www.homemdemello.com.br/psicologia/teoria
• pt.scribd.com/doc/56826157/8/A-TEORIA-DA-ESPONTANEIDADE-E-A-APRENDIZAGEM

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Comentários de Filmes

Filme Mafia no Divã


 Em Mafia no Divã é aplicado, de forma cômica, as teorias de Freud. 
 O método de conversar com o paciente, a Associação Livre, usado pelo médico Ben Sobel, foi descoberto por Freud como sendo mais eficaz que a hipnose.
Em todo momento do filme é possível observar a Resistência do paciente.
  Tratado com humor, o Complexo de Édipo é citado no filme e demonstra certa resistência de Paul Vitti. 



Ao não querer ter relações com a própria mulher, Paul Vitti, retoma a imagem da mãe, sendo uma característica do Complexo de Édipo.


 Em determinado momento no filme o médico Ben Sobel aconselha Paul Vitti a descarregar sua raiva no travesseiro, e ele atira várias vezes na almofada, sentindo-se melhor, contribuindo para o humor no filme. Esse é mais um mecanismo, o Deslocamento – Mecanismo libertador que ocorre quando um indivíduo, não podendo atingir determinado objeto, o substitui por outro, sobre o qual descarrega as suas tensões acumuladas.
 O Processo de Transferência – Projeção no analista dos sentimentos, emoções ou desejos recalcados nas experiências infantis do paciente - é citado no filme, quando Ben Sobel sonha que seu paciente, Paul Vitti, o chama de "papa" - pai, após ele ter sido morto a tiros. 
 Com o método da Associação livre – criação de um estado de relaxamento no paciente para que, através de um diálogo com o psicanalista, possa ultrapassar as barreiras que impedem as experiências recalcadas ou traumatizantes de vir ao consciente - Paul Vitti descobri a raiz de todo seu problema que é o sentimento de culpa pela morte de seu pai quando ele tinha 12 anos de idade.

Filme Freud Além da Alma

 Todos os conteúdos estudados sobre Freud é observável no filme:
A transição da Hipnose para o método da Associação Livre, o Processo de Transferência, os Mecanismos de Defesa e principalmente o Complexo de Édipo são demonstrados, sendo este ultimo o mais dificil de ser aceito, tanto por Freud, como para seus colegas médicos.
 O filme no geral é muito interessante. Ver as descobertas, as teorias de Freud é importante para compreender os temas discutidos em sala.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Psicanálise


 Psicanálise é um campo clínico e de investigação teórica da psique humana desenvolvido por Sigmund Freud, que se propõe à compreensão e análise do homem, compreendido enquanto sujeito do inconsciente e abrange três áreas:

• um método de investigação da mente e seu funcionamento;
• um sistema teórico sobre a vivência e o comportamento humano;

• um método de tratamento psicoterapêutico.


Sigmund Schlomo Freud
 Freud foi inspirado pelo trabalho do fisiologista Josef Breuer, por seus trabalhos iniciais com a hipnose, que marcaram profundamente os métodos do psicanalista, embora mais tarde ele abandone essa terapêutica e a substitua pela livre associação. Ele também incorporou à sua teoria conhecimentos absorvidos de alguns filósofos, principalmente de Platão e Schopenhauer. Freud interessou-se desde o início por distúrbios emocionais que na época eram conhecidos como ‘histeria’, e empenhou-se para, através da Psicanálise, encontrar a cura para estes desajustes mentais. Desde então ele passou a utilizar a arte da cura pela fala, descobrindo assim o reino onde os desejos e as fantasias sexuais se perdem na mente humana, reprimidos, esquecidos, até emergirem na consciência sob a forma de sintomas indesejáveis, por uma razão qualquer – o Inconsciente.
 Segundo Freud a nossa mente consciente não controla todos os nossos comportamentos, pois mesmo os nossos atos voluntários, resultantes de uma deliberação racional, estão dependentes de um fonte motivacional inconsciente. O inconsciente defini-se como uma zona do psiquismo constituída por desejos, pulsões, tendências e recordações recalcadas, fundamentalmente de carácter sexual.
 Freud apresenta duas interpretações do psiquismo humano:



Ele recorre à imagem do icebergue: o consciente corresponde à parte emersa, enquanto o inconsciente corresponde à parte submersa, do icebergue sendo por isso muito maior relativamente ao consciente.
 Freud também apresentou três instâncias: id, ego, superego.




O id é a zona inconsciente, primitiva, a partir do qual se forma o ego e o superego; está desligado do real, não se orientando por normas ou princípios morais sociais ou lógicos. É formado por instintos, impulsos orgânicos, desejos inconscientes e regido pelo princípio do prazer que exige satisfação imediata.
 O ego é a zona fundamentalmente consciente, que se forma a partir do id e rege-se pelo princípio da realidade, ou seja, à necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer o id sem transgredir as exigências do superego. Forma-se durante o primeiro ano de vida. 
O superego é a censura das pulsões que a sociedade e a cultura impõem ao id, impedindo-o de satisfazer plenamente os seus instintos e desejos. É a repressão sexual. Manifesta-se na consciência indiretamente, sob a forma de moral, como um conjunto de interdições e deveres, e por meio da educação, pela produção do “eu ideal”, isto é, da pessoa moral, boa e virtuosa.




Mecanismos de defesa são processos subconscientes que permitem à mente encontrar uma solução para conflitos não resolvidos ao nível da consciência. A psicanálise supõe a existência de forças mentais que se opõem umas às outras e que batalham entre si. Os mecanismos de defesa mais importante são:


Repressão - É afastar ou recalcar da consciência um afeto, uma idéia ou apelo do instinto. Um acontecimento que por algum motivo envergonha uma pessoa pode ser completamente esquecido e se tornar não evocável.

Racionalização ou intelectualização – É um conjunto de estratégias de justificação de comportamentos, pensamentos, tendências psíquicas , lógicas, com o fim de evitar sentimentos de inferioridade que ponham em risco a auto-estima.

Projeção – Têndencia que os seres humanos têm para atribuir aos outros, comportamentos, sentimentos e desejos que, sendo deles próprios, são muitas vezes tidos como inaceitáveis.

Deslocamento – Mecanismo libertador que ocorre quando um indivíduo, não podendo atingir determinado objeto, o substitui por outro, sobre o qual descarrega as suas tensões acumuladas.

Regressão – Mecanismo segundo o qual o indivíduo adota formas de conduta próprias de estádios anteriores de desenvolvimento em que o indivíduo se sentia em segurança.

Compensação ou formação reativa – Mecanismo de defesa contra qualquer tipo de inferioridade fisiológica ou psicológica, seja ela real ou não, que consiste na adoção de comportamentos contrários ao desejo.

Sublimação – O sujeito substitui o fim ou o objeto das pulsões de modo que estas se possam manifestar em modalidades socialmente aceitas.


 Os mecanismos de defesa são aprendidos na família ou no meio social externo a que a criança e o adolescente estão expostos. Quando esses mecanismos conseguem controlar as tensões, nenhum sintoma se desenvolve, apesar de que o efeito possa ser limitador das potencialidades do Ego, e empobrecedor da vida instintual. Mas se falham em eliminar as tensões e se o material reprimido retorna à consciência, o Ego é forçado a multiplicar e intensificar seu esforço defensivo e exagerar o seu uso. É nestes casos que a loucura, os sintomas neuróticos, são formados. Para a psicanálise, as psicoses significam um severa falência do sistema defensivo, caracterizada também por uma preponderância de mecanismos primitivos. A diferença entre o estado neurótico e o psicótico seria, portanto, quantitativa, e não qualitativa. 

Processo de Transferência – Projeção no analista dos sentimentos, emoções ou desejos recalcados nas experiências infantis do paciente. O psicanalista funciona como um recipiente destes sentimentos, interpreta-os e dá-lhes um significado antes de os devolver ao paciente.
 Na transferência o paciente produz com clareza plástica, uma parte importante da história de sua vida, da qual de outra maneira, ter-nos-ia fornecido apenas um relato insuficiente. Ele a representa diante de nós, por assim dizer, em vez de apenas nos contar. (Freud, 1930)
 A transferência permite que o analista se aproprie do saber inconsciente que se insinua na fala do sujeito. A interpretação da transferência é perigosa, pois tal procedimento pode até aliviar a angústia do sujeito, e com isso gratificar o analista, mas pode ser que o analisando esteja apenas substituindo sua associações pelas interpretações do analista, numa tentativa de recuperar a estabilidade que as defesas conferem à neurose.
 A transferência se constitui a partir da realidade psíquica do analisando, por meio dos seus desejos, medos e outros aspectos da sua subjetividade. Em Recordar, Repetir e Elaborar, Freud esclarece que a transferência cria uma região intermediária entre a doença e a vida real, através da qual a transição de uma para a outra é efetuada. A nova condição assumiu todas as características da doença, mas representa uma doença artificial, que é, em todos os pontos acessível à nossa intervenção. Trata-se de um fragmento que foi tornado possível por condições especialmente favoráveis, e que é de natureza provisória.





Associações livres – Criação de um estado de relaxamento no paciente para que, através de um diálogo com o psicanalista, possa ultrapassar as barreiras que impedem as experiências recalcadas ou traumatizantes de vir ao consciente.
 "A associação livre como regra fundamental da psicanálise, constitui um convite a que o sujeito da experiência tome distância da coerência, como condição de poder bem dizer da verdade do sintoma que o invade. Assim a psicanálise valoriza mais o incoerente que o coerente do sintoma e o consultório do analista é o lugar de se desfazer desses laços da coerência do sintoma para na linha de um novo laço – transferencial, o sujeito, enlaçado não ao analista, mas a esse lugar do desenlaçamento, buscar dar conta de seu sintoma e elabora-lo." (Jorge A. Pimenta Filho Carta Acf)
 Na associação livre o paciente é orientado a dizer o que lhe vier à cabeça, deixando de dar qualquer orientação consciente a seus pensamentos. É essencial que ele se obrigue a informar literalmente tudo que ocorrer à sua autopercepção, não dando margem a objeções críticas que procurem pôr certas associações de lado, com base no fundamento de que sejam irrelevantes ou inteiramente destituídas de sentido.
 A associação livre oferece inúmeras vantagens: expõe o paciente à menor dose possível de compulsão, jamais permitindo que se perca contato com a situação corrente real; e garante em grande medida que nenhum fator da estrutura da neurose seja desprezado e que nada seja introduzido nela pelas expectativas do analista. Deixa-se ao paciente, em todos os pontos essenciais, que determine o curso da análise e o arranjo do material; qualquer manuseio sistemático de sintomas ou complexos específicos torna-se desse modo impossível. Em completo contraste com o que aconteceu com o hipnotismo, o material inter-relacionado aparece em diferentes tempos e em pontos diferentes no tratamento. Deve, teoricamente, sempre ser possível ter uma associação, contanto que não se estabeleçam quaisquer condições quanto ao seu caráter.


Atenção Flutuante: “Segundo Freud, modo como o analista deve escutar o analisando: não deve privilegiar a priori qualquer elemento do discurso dele, o que implica que deixa funcionar o mais livremente possível a sua própria atividade inconsciente e suspenda as motivações que dirigem habitualmente a atenção” (Ibid,40).



  A “atenção flutuante” é aquilo que permite ao analista escutar o que há de novo e diferente no que o analisando diz – e não ouvir simplesmente o que queremos ou esperamos a princípio escutar.
 A atenção flutuante, segundo Fink, consiste em uma forma de atenção que flui de ponto a ponto, frase a frase, sem necessariamente tentar obter qualquer conclusão delas, interpretá-las, uni-las ou somá-las. Uma atenção que captura um nível de significação e, ainda assim, escuta todas as palavras e a forma como elas são pronunciadas.

Ato falho - é um erro na fala, na memória ou numa ação física que seria supostamente causada pelo inconsciente. Os atos falhos não são limitados ao discurso oral ou a desejos sexuais reprimidos, podendo afetar até mesmo à cognição, que se vê prejudicada por fixações do inconsciente.
 Inconscientemente, isto é, através do ato falho o desejo do inconsciente é realizado. Isto explica o fato de que nenhum gesto, pensamento ou palavra acontece acidentalmente. Os atos falhos são diferentes do erro comum.
 Ato falho abrange também erros de leitura, audição, distração de palavras. São circunstâncias acidentais que não tem valor e não possuem consequência prática.
 Os atos falhos são compreendidos por muitas pessoas como falta de atenção, cansaço, eventualidade, porém pode ser interpretado como uma manifestação reprimida.



Interpretação dos sonhos – O psicanalista pede ao analisado que lhe relate os sonhos. Segundo Freud, o sonho seria a realização simbólica (disfarçada) de desejos recalcados. Freud distingue o conteúdo manifesto do sonho (o que é lembrado, o que é consciente) e o conteúdo latente (os desejos, medos, recalcamentos que estão subjacentes). Cabe ao analista dar-lhe um sentido, interpretando os sonhos narrados.

Importância do instinto sexual - Freud notou que na maioria dos pacientes que teve desde o início de sua prática clínica, os distúrbios e queixas de natureza hipocondríaca ou histérica estavam relacionados a sentimentos reprimidos com origem em experiências sexuais perturbadoras. Assim ele formulou a hipótese de que a ansiedade que se manifestava através dos sintomas (neurose) era conseqüência da energia (libido) ligada à sexualidade; a energia reprimida tinha expressão nos vários sintomas neuróticos que serviam como um mecanismo de defesa psicológica. Essa força, o instinto sexual, não se apresentava consciente devido à "repressão" tornada também inconsciente. A revelação da "repressão" inconsciente era obtida pelo método da livre associação (inspirado nos atos falhados ou sintomáticos, em substituição à hipnose) e pela interpretação dos sonhos (conteúdo manifesto e conteúdo latente). O processo sintomático e terapêutico compreendia: experiência emocional - recalque e esquecimento - neurose - análise pela livre associação - recordação - transferência - descarga emocional - cura.

 Complexos de Édipo - De acordo com Freud, o criador da Psicanálise, durante a infância todos os seres humanos ficam sexualmente obcecados por seus pais. Os meninos se interessam pela mãe e têm ciúmes do pai, enquanto o inverso ocorre com as meninas. Esse complexo de emoções afeta toda a nossa vida. 
 No centro do "Id", determinando toda a vida psíquica, constatou o que chamou Complexo de Édipo, isto é, o desejo incestuoso pela mãe, e uma rivalidade com o pai. Segundo ele, é esse o desejo fundamental que organiza a totalidade da vida psíquica e determina o sentido de nossas vidas. O termo deriva do herói grego Édipo que, sem saber, matou seu pai e se casou com sua mãe. Freud atribui o complexo de Édipo às crianças de idade entre 3 e 6 anos. Ele disse que o estágio geralmente terminava quando a criança se identificava com o parente do mesmo sexo e reprimia seus instintos sexuais. Se o relacionamento prévio com os pais fosse relativamente amável e não traumático, e se a atitude parental não fosse excessivamente proibitiva nem excessivamente estimulante, o estagio seria ultrapassado harmoniosamente. Em presença do trauma, no entanto, ocorre uma neurose infantil que é um importante precursor de reações similares na vida adulta. O Superego, o fator moral que domina a mente consciente do adulto, também tem sua parte no processo de gerar o complexo de Édipo. Freud considerou a reação contra o complexo de Édipo a mais importante conquista social da mente humana. Psicanalistas posteriores consideram a descrição de Freud imprecisa, apesar de conter algumas verdades parciais.

· Esquecimentos – Estão ligados quase sempre a lembranças de impressões ou experiências traumatizantes.

· Lapsos – São a interrupção brusca de um “segmento” de um ato consciente que deveria ter ficado esquecido.


Referências: 
 • www.infoescola.com/psicologia/psicanalise/
 • artigos.psicologado.com/abordagens/psicanalise/o-metodo-da-associacao-livre
 • psicanalisesaudemental.blogspot.com.br/2009/02/conceitos-principais-em-psicanalise.html
 • ehternamente.wordpress.com/2010/08/30/fichamento-
 • artigos.psicologado.com/abordagens/psicanalise/transferencia
 • pt.wikipedia.org/wiki/Ato_falho
 • www.cobra.pages.nom.br/ecp-psicanalise.html
 • psique-guiadocomportamentohumano.blogspot.com.br/2012/05/o-complexo-de-edipo.html